Governo do Estado lança programa ‘Rotas do Vinho de São Paulo’ para incentivar o enoturismo

O estado de São Paulo não é tradicionalmente reconhecido pela produção de vinhos, mas isso pode vem mudando cada vez mais. Com o intuito de ampliar a participação paulista nesse setor, o governo do estado lançou, nesta quarta-feira (28), o projeto "Rota dos Vinhos Paulistas". A iniciativa, que envolve as Secretarias de Agricultura e Abas

tecimento (SPA), Desenvolvimento Econômico (SPE), Turismo e Viagens (Setur), além da coordenação da Casa Civil, busca promover o crescimento da vitivinicultura no estado.

Em 2023, o estado registrou um crescimento significativo, com um aumento de oito vezes no número de pés de uva plantados para a indústria. As previsões para a safra 2023/24 seguem otimistas, com a expectativa de um aumento de 10% na produção, passando de 392 mil para 432 mil pés de uva, segundo o Instituto de Economia Agrícola da Secretaria de Agricultura (IEA).

O projeto "Rota dos Vinhos Paulistas" organiza 66 vinícolas em cinco rotas principais, sendo 55 rotas e 11 enodestinos, conforme explica Adriana Verdi, do gabinete da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA). Essa organização visa facilitar o acesso e a visibilidade dos empreendimentos vitivinícolas no estado.

A qualidade crescente dos vinhos produzidos em São Paulo é fruto de um esforço iniciado há duas décadas, quando os viticultores adotaram a técnica da dupla poda das videiras. Esse método altera o ciclo natural da planta, permitindo que a maturação e colheita das uvas ocorram no inverno, época de menor incidência de chuvas e maior amplitude térmica, fatores que contribuem para a produção de vinhos de maior qualidade.

Apesar de a maior parte da produção de vinho no Brasil ainda se concentrar na região Sul, especialmente na Serra Gaúcha, São Paulo está cada vez mais consolidando sua presença no cenário vitivinícola nacional.

Setor de vinhos em São Paulo, se destaca graças a São Roque!

São Roque, localizada a menos de duas horas de São Paulo, já é um conhecido destino de enoturismo, famoso pelo Roteiro do Vinho — um percurso de cerca de dez quilômetros que atrai entusiastas da viticultura.

Desde 2007, o estado de São Paulo tem investido no setor de vinhos, começando com o projeto de Revitalização da Vitivinicultura Paulista. Esse projeto incluiu experimentos com uvas para processamento, a criação do primeiro cadastro de produtores paulistas, e a identificação de desafios e oportunidades no setor. Um dos principais problemas identificados foi a escassez de mudas de uvas viníferas, um desafio que está sendo enfrentado pela Coordenação de Assistência Técnica Integral (CATI) e pelo Instituto Agronômico (IAC-Apta).

Marcos Augusto Franco Júnior, diretor técnico da Divisão de Mudas da CATI Sementes e Mudas, ressalta que a oferta de mudas ainda é insuficiente para atender a demanda, com alguns vitivinicultores esperando até três anos por certas variedades. Atualmente, São Paulo possui 220 vinícolas, cultivando entre dois e cinco hectares de uvas viníferas, e precisa de cerca de 4 milhões de mudas por ano.

A Apta Regional lançou recentemente um projeto inovador em São Roque, com o primeiro vinhedo comercial livre de defensivos químicos, focando na produção de uvas orgânicas, destacando o compromisso com práticas sustentáveis na viticultura paulista.